Em sua primeira entrevista como prefeita de Várzea Grande, concedida nesta quarta-feira (1º), Flávia Moretti (PL) detalhou os desafios enfrentados pela administração municipal, destacando que os problemas não se limitam apenas à área da saúde, mas também afetam outras categorias de servidores e fornecedores. A prefeita anunciou a intenção de adotar medidas emergenciais e, futuramente, realizar uma série de demissões, especialmente nas secretarias de Saúde e Educação, como forma de “enxugar” a máquina pública e equilibrar as finanças municipais.
Flávia destacou que o conflito com os médicos teve início após as eleições de 2024, quando o então prefeito Kalil Baracat assinou atos administrativos de demissão, resultando na perda de 26 profissionais do Pronto-Socorro. Embora a Justiça tenha determinado a recontratação desses médicos, a ordem judicial não foi cumprida. Segundo a prefeita, além dos médicos, outros servidores também enfrentam dificuldades, como vigilantes e trabalhadores da área de alimentação. Para lidar com a situação, Flávia anunciou que a administração realizará contratos emergenciais.
“Várias situações estão sendo enfrentadas, não apenas com médicos, mas também com vigilantes e na parte de alimentação. Então, estamos tomando medidas imediatas, com a assinatura de contratos emergenciais. A nossa equipe já está trabalhando para garantir que a Saúde continue funcionando e, se Deus quiser, amanhã já poderemos assinar os primeiros contratos”, afirmou a prefeita.
Além disso, Flávia revelou que a nova gestão fará uma auditoria em toda a estrutura da Prefeitura de Várzea Grande, com o objetivo de verificar a situação dos contratos e a forma como foram firmados. Na área da saúde, a prefeita já identificou a necessidade urgente de contratação de pelo menos 80 profissionais de enfermagem para cobrir os plantões na cidade, e tem dialogado com a secretária de Saúde, Deisi de Cássia Bocalon Maia, sobre o assunto.
“As contratações de serviços essenciais serão realizadas para que a cidade não pare. A Deisi está levantando a necessidade de médicos e enfermeiros. Para você ter uma ideia, em Várzea Grande, precisamos de, pelo menos, 80 técnicos de enfermagem e enfermeiros para cobrir os plantões. Então, temos muito trabalho pela frente para garantir que a saúde pública continue funcionando”, explicou Flávia.
A prefeita também mencionou que a Prefeitura enfrenta problemas financeiros com fornecedores, que ainda não receberam os pagamentos devidos pelo município. Ela afirmou que está ciente da alta folha de pagamento da cidade e que, para equilibrar as contas, será necessário realizar cortes. “As duas áreas que mais terão desligamentos serão Saúde e Educação. São desligamentos que poderiam ter sido feitos de forma mais enxuta, mas preciso ajustar a máquina. Não posso manter a folha de pagamento do jeito que está”, concluiu.
Flávia Moretti reafirmou que sua prioridade é reestruturar a administração pública e resolver as pendências para garantir o bom funcionamento dos serviços essenciais, como saúde e educação, enquanto busca equilibrar as finanças municipais e reduzir o impacto dos custos com a folha de pagamento.
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