Em tom firme, Eunice Teodora, a Nicinha, presidente do SINPHESP/MT (Sindicato dos Profissionais de Nível Superior com Habilitação Específica do Sistema Penitenciário de Mato Grosso), usou a tribuna da Assembleia Legislativa no último dia 7 de junho para denunciar o que chamou de “ataques sistemáticos” ao funcionalismo público estadual e cobrar soluções concretas para o endividamento dos servidores.
Durante a audiência pública convocada pelo deputado estadual e também dirigente sindical Henrique Lopes, Nicinha resgatou a trajetória de desmonte das garantias dos servidores desde 2019, quando, segundo ela, teve início uma “campanha de demonização do servidor público”, construída por discursos políticos e veiculada amplamente nas mídias.
“Começaram a dizer que servidor público ganha muito e trabalha pouco, que somos culpados pela falência dos serviços públicos. Isso foi premeditado. Criaram a antipatia da sociedade para que ninguém desse crédito às nossas reivindicações”, denunciou.
Ela lembrou que, com a Reforma da Previdência, Mato Grosso instituiu imediatamente uma alíquota de 14% sobre a remuneração dos servidores, incluindo aposentados e pensionistas. “Tiraram da SEPLAG a responsabilidade pelos contratos de consignado, aumentaram a margem dos consignados criando o cartão de crédito e cartão benefício e deixaram o servidor à mercê de instituições financeiras. O resultado? Superendividamento”, afirmou.
Nicinha também apontou omissão e responsabilidade do Estado no agravamento da crise: “Não dá para o governo lavar as mãos. Se os salários estivessem sendo pagos corretamente, com RGA em dia e sem essa alíquota previdenciária devastadora, muitos não teriam recorrido ao consignado.”
A líder sindical fez um apelo direto aos parlamentares:
“Deputado Lúdio, Júlio Campos, Henrique Lopes e Janaína e todos os que nos ouvem: abracem o pagamento da RGA atrasada e a aprovação da PEC 01/2025. Não podemos permitir que servidores passem por esse pesadelo novamente.
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