Na manhã desta sexta-feira (28), técnicos administrativos e professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizaram um protesto em frente à instituição para cobrar do Governo Federal o cumprimento do acordo de greve firmado em 2024. A mobilização, que fez parte de um movimento nacional, bloqueou parcialmente a entrada da universidade das 6h30 às 8h e teve como principais reivindicações o reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho.
A categoria exige o pagamento do reajuste de 13% acordado com o governo, sendo que esse valor deveria ser dividido em duas parcelas: 9% em janeiro de 2025 e 4% em abril de 2024. No entanto, os servidores relatam que ainda não receberam a primeira parcela. Além disso, os manifestantes cobram a implementação de medidas administrativas, como a revisão da jornada de trabalho e melhores condições laborais.
Durante o protesto, os técnicos administrativos realizaram uma assembleia para discutir a possibilidade de entrar em estado de greve. Marillin Tedesco, coordenadora administrativa e financeira do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos em Educação da UFMT (Sintuf), destacou que a mobilização visa pressionar o governo a cumprir o que foi acordado. “Esse é um movimento nacional e tem o objetivo de garantir que o governo cumpra o que foi acordado na greve do ano passado”, afirmou Tedesco.
Luan Perné, técnico administrativo em educação e um dos gestores do hospital veterinário, enfatizou a importância do ato para conscientizar a comunidade universitária sobre as demandas da categoria. “Viemos hoje, através desse grande ato na frente da universidade, mobilizar e passar para a população o que está acontecendo. Esse é um dos motivos pelos quais paramos hoje: para que todos entendam as nossas lutas”, explicou.
Outro ponto de contestação é a defasagem salarial. Os servidores alegam que ficaram seis anos sem reajuste devido à ausência da Revisão Geral Anual (RGA), que não foi realizada nos governos Temer e Bolsonaro, período em que não houve sequer a recomposição da inflação. “Passamos dois anos sem aumento no governo Temer e mais quatro anos no governo Bolsonaro, sem sequer a recomposição da inflação”, destacou Tedesco.
Luzia Melo, técnica de laboratório na Faculdade de Medicina, também se posicionou sobre a situação, afirmando que a adesão ao estado de greve deverá ser aprovada nos próximos dias. “Precisamos mostrar que estamos mobilizados e que o governo precisa cumprir integralmente o acordo firmado”, afirmou.
A UFMT conta com mais de 3.000 técnicos administrativos distribuídos pelos campi do estado. Caso as reivindicações não sejam atendidas, a categoria poderá decidir por uma nova paralisação nas próximas semanas.
Em nota, o Sintuf enfatizou que “Sem educação pública e gratuita não existe futuro para nosso povo. Sem serviços públicos de qualidade, não existe vida digna para nosso povo. Sem trabalhador valorizado, não existe serviço público de qualidade”.
Por sua vez, a UFMT reafirmou seu compromisso com a valorização de seus servidores e apoiou as lutas por melhorias nas carreiras dos técnico-administrativos. A instituição, no entanto, informou que, apesar da mobilização, as atividades acadêmicas não foram suspensas, garantindo a continuidade das aulas. O impacto do movimento foi mais sentido nos setores administrativos, onde parte dos serviços foi reduzida devido à adesão dos técnicos ao movimento. A mobilização ocorreu tanto no campus de Cuiabá quanto nos campi do Araguaia e Sinop.
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